
Foto: Carlos Fernandes
Aqui estamos de novo, suspensos, à cata de um pouco de calor. Se é a água que nos asseia, é o sol que nos dá de novo luz e cor. Aqui estamos, embalados pela brisa, numa dança lenta, como se nada de melhor houvesse que estar preguiçosamente a ouvir o silêncio da tarde. Como os velhos, lá em baixo, no banco coçado da praça, a emprenhar o futuro com as memórias do passado.
roupa a secar -
passa a brisa no varal
e fá-la dançar
e o sol vem bailar também
enchendo a rua de cor
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