Da tradição poética oriental recolhi as influências, necessariamente contaminadas pelo contexto cultural que me rodeia. E assim se desfia este «diário poético», feito com as miudezas do dia a dia. [Esta página é redigida em total desprezo pelo actual (des)acordo ortográfico]
29 de setembro de 2005
28 de setembro de 2005
27 de setembro de 2005
no âmago da cal
no âmago da cal
se acoita a sombra
que magoa as casas
e fermenta os gestos
na palidez das almas
mordendo a alvenaria
à espera da alvorada
26 de setembro de 2005
O Verão corre ligeiro
(Foto de Carlos Fernandes)
O Verão corre ligeiro por planícies e encostas. Detém-se, por momentos, madurando as searas e os pomares, salpicando de amarelo e rubro os verdes primaveris.
Deixa-se embalar pela ladainha da brisa nas árvores e pelo queixume dos riachos e das fontes à míngua de água. Preguiça um pouco à sombra das oliveiras, observando o voo errático dos insectos. Mas não tem tempo para a sesta, porque logo se lança de novo em corrida, gritando:
- Até para o ano! Até para o ano!
pernas ao caminho
que o Verão não espera
- já lá vai à curva
e o tempo é uma corrida
em que não há vencedor
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