Da tradição poética oriental recolhi as influências, necessariamente contaminadas pelo contexto cultural que me rodeia. E assim se desfia este «diário poético», feito com as miudezas do dia a dia. [Esta página é redigida em total desprezo pelo actual (des)acordo ortográfico]
16 de novembro de 2007
a tarde definha
http://olhares.aeiou.pt/calbsilva
a tarde definha
à luz esmaecida do Outono
os imperativos da estação
continuam a desnudar a árvore
que folha a folha
se despede do sol enfraquecido
em amarelecida vénia
mas logo uma revoada de pardais
repovoa os ramos de asas
assombrando a praça num tumulto ruidoso
a chuva
que havia de acordar os íntimos odores da terra
é ainda uma promessa por cumprir
3 de novembro de 2007
o cavaleiro do vento
Foto de Carlos Fernandes
Incontestado rei dos telhados, cavalga a brisa mais débil e faz espumar no freio o vendaval mais bravio. Mesmo que o declínio do tempo lhe tenha já manchado a alva veste, continua firme no seu posto até que a última ferrugem lhe desvaneça o ânimo. Da linhagem dos cavalinhos de pau, percorre milhas e milhas sem sair do lugar, trazendo e levando num raio de sol as novas da aurora e do ocaso.
corre cavalinho
ao sabor da ventania
sobre esse telhado
traz-me novas da aurora
leva contigo o meu fado
Incontestado rei dos telhados, cavalga a brisa mais débil e faz espumar no freio o vendaval mais bravio. Mesmo que o declínio do tempo lhe tenha já manchado a alva veste, continua firme no seu posto até que a última ferrugem lhe desvaneça o ânimo. Da linhagem dos cavalinhos de pau, percorre milhas e milhas sem sair do lugar, trazendo e levando num raio de sol as novas da aurora e do ocaso.
corre cavalinho
ao sabor da ventania
sobre esse telhado
traz-me novas da aurora
leva contigo o meu fado
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