Da tradição poética oriental recolhi as influências, necessariamente contaminadas pelo contexto cultural que me rodeia. E assim se desfia este «diário poético», feito com as miudezas do dia a dia. [Esta página é redigida em total desprezo pelo actual (des)acordo ortográfico]
26 de dezembro de 2003
Passadas as águas do Outono, o Inverno vem encontrar lavadas da cinza as pedras dos montes ardidos no último Verão. Entre os troncos enegrecidos, as covas deixadas pelas fumarolas e algum lixo, também ele sinal da incúria dos homens, a vida volta a manifestar-se com todo o vigor. Rebentam os carrascos, as moitas e os eucaliptos; despontam os alhos-porros e os fetos; florescem o alecrim, as dedaleiras e as margaridas campestres.
No frio do Inverno, sob um ar denso de névoa, à luz de um sol tímido, a Natureza antecipa a Primavera com um sopro de esperança renovada. É Natal.
O verde da esperança
Brotando no tronco negro
Da árvore queimada.
Desperta o vigor da seiva
Numa espiral de rebentos.
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