Da tradição poética oriental recolhi as influências, necessariamente contaminadas pelo contexto cultural que me rodeia. E assim se desfia este «diário poético», feito com as miudezas do dia a dia. [Esta página é redigida em total desprezo pelo actual (des)acordo ortográfico]
3 de julho de 2005
Metáforas do corpo
FOTO: Carlos Fernandes
O palco acolhe sempre com agrado as metáforas do corpo. Desenrolam-se sobre as tábuas os factos imaginados que os gestos tornam reais: o amor e o ódio, a lealdade e a traição, o nascimento e a morte, o riso e as lágrimas. Tudo se revela naquele rectângulo escuro, como se o mundo dos homens coubesse inteiro numa caixa. Depois, aturdido ainda pelo eco das palmas, o estrado vazio aguarda em silêncio pelo quente palpitar das palavras.
revela-se o homem
numa vida imaginada
sobre o tabuado
em toda a sua grandeza
em toda a sua miséria
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