Da tradição poética oriental recolhi as influências, necessariamente contaminadas pelo contexto cultural que me rodeia. E assim se desfia este «diário poético», feito com as miudezas do dia a dia. [Esta página é redigida em total desprezo pelo actual (des)acordo ortográfico]
17 de fevereiro de 2006
ode amazónica
descrentes do tropical dilúvio
os pássaros tornam autónomas as asas
manuseando um robusto utensílio
de funções circulares
intensas e verdes
as fêmeas auscultam a temperatura da seiva
nesse universo habitado
onde as árvores adormecem à chuva
habituadas à fina cútis das ostras
tomam nas presas
a dieta incalculável das areias
sob a planície transparente das águas
mas é da torrente ininterrupta
onde se misturam os sedimentos dos rios
e dos lagos
que os mais jovens se alimentam
partindo então rumo à savana branca
atraídos pela exuberante panorâmica
dos incêndios
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