Da tradição poética oriental recolhi as influências, necessariamente contaminadas pelo contexto cultural que me rodeia. E assim se desfia este «diário poético», feito com as miudezas do dia a dia. [Esta página é redigida em total desprezo pelo actual (des)acordo ortográfico]
29 de novembro de 2009
nos braços do vento
FOTO: Carlos Fernandes
Deixem lá soprar o vento que me despenteia a folhagem, umas vezes com ternura e outras impaciente. Vem com carícias, por vezes; outras vem vergar-me o corpo, nos ímpetos da sua fúria. É que o vento é viageiro e quer levar-me consigo, quer levar-me a correr mundo... Digo-lhe que não posso ir, que sou escrava das raizes... Estou condenada para sempre a mirar o horizonte onde, semente, eclodi. Então o vento embravece, abraça-me com violência e agita-me o corpo todo - só posso gemer baixinho, submissa ao seu desejo. Depois desiste, rendido, desaparece sem rasto, deixa-me nua, a tremer.
não ames o vento
que o vento é mau amante
- não tem poiso certo
traz preso dentro do peito
um coração viajante
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Convidando a chuva
ResponderEliminarO vento assanha a folhagem
Num passeio frio
Bjs.
Deixa o vento entrar
ResponderEliminarEle pode ser teu amante
De horas efêmeras