Da tradição poética oriental recolhi as influências, necessariamente contaminadas pelo contexto cultural que me rodeia. E assim se desfia este «diário poético», feito com as miudezas do dia a dia. [Esta página é redigida em total desprezo pelo actual (des)acordo ortográfico]
29 de dezembro de 2010
O rasto do Inverno
FOTO: Carlos Fernandes
Antes que se apaguem as últimas brasas na lareira, vamos à janela observar o rasto do Inverno. Lá fora, tudo é sombrio e brumoso. O vento norte revolteia o arvoredo e a chuva gelada submerge a paisagem sob um véu fantasmagórico. O que na Primavera foi verde, se alourou no Verão e no Outono se tornou rubro é agora aquela massa informe e escura no atoleiro. O que até há poucos meses era fulgor e vida decompõe-se agora em lama e húmus. Mas não será esse o nobre mandato da invernia? Garantir que, quando se apagar enfim a lareira, podemos adormecer confiantes de que a Primavera retornará, fecunda e generosa...
o rigor do inverno
faz do campo um atoleiro
- debaixo da lama
a semente da esperança
aguarda a primavera
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Esta é a mais linda descrição das estações que já li.
ResponderEliminarSe permitires gostaria de um dia postar no meu blog com os devidos crédito,é claro.
Mas , fique a vontade em recusar.
Um abraço.