FOTO: Carlos Fernandes |
Bates à porta. Pegas no batente e desferes três sonoras
pancadas, que ressoam no sossego da casa. Ficas à espera e nada. Voltas a
bater, desta vez com mais força. Logo que o eco das pancadas se esbate, lá
dentro nada bule. Esperas um pouco mais. Não está ninguém, concluis. Preparas-te
para virar costas, mas um som vago chama-te a atenção. Afinal, está alguém,
pensas tu. Voltas a bater, agora gentilmente, não vá esse alguém assustar-se.
Silêncio. Desistes e vais embora.
Bateste à porta do futuro. Não sabes que, neste país adiado,
o futuro está ausente.
Ao bater da aldraba
Só o silêncio responde.
No velho solar
Nem o vento se demora.
Porque ali já ninguém mora.
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