Canto o vinho novo
Gorgolejando das pipas
Ofegante na trasfega
Canto o suor da labuta
Misturado na dorna
Ao sangue das uvas tintas
Canto o odor da adega
Plena de ventres bojudos
De venerável madeira
Canto a memória dos cestos
Encostados à parede
Fantasiando a vindima
Canto o travo da terra
E o brilho vermelho do sol
Nos jarros de barro liso
Canto a dança dos copos
Tinindo saudações
Aos frutos da novel colheita
Canto e bebo um trago
Olhando a nudez da vinha
Aspirando o ar da tarde
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