Da tradição poética oriental recolhi as influências, necessariamente contaminadas pelo contexto cultural que me rodeia. E assim se desfia este «diário poético», feito com as miudezas do dia a dia. [Esta página é redigida em total desprezo pelo actual (des)acordo ortográfico]
29 de outubro de 2006
janela fechada
FOTO: Carlos Fernandes
Lá fora, o sol brinca sobre as telhas, simulando no rebordo das sombras o rendilhado da trapeira. A lacónica brisa joga às escondidas entre as chaminés e faz vibrar os mastros das antenas. No entanto, por detrás dos vidros baços, o silêncio passeia-se na casa fechada, só contrariado pelo marulhar dos insectos xilófagos. Para quando o dia em que de novo se ouvirá o palpitar dos passos no soalho e uma lufada de ar fresco desfraldará a janela?
p’ra lá da vidraça
só o silêncio habita
a casa vazia
até que um dia a janela
se abra de par em par
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