Da tradição poética oriental recolhi as influências, necessariamente contaminadas pelo contexto cultural que me rodeia. E assim se desfia este «diário poético», feito com as miudezas do dia a dia. [Esta página é redigida em total desprezo pelo actual (des)acordo ortográfico]
19 de outubro de 2006
os lírios
silenciosos e flexíveis
agitam-nos por dentro
os lírios
que afluem do interior das sombras
à berma dos campos lavrados
a pétala perfeita e suave
reflectida no espelho inquieto das águas
e a folhagem breve
mais fugaz que um dia de sol
robustos lírios sensíveis ao improviso
aplacai a nossa ânsia profunda
dispensai à carne que se esvai
um pouco da vossa essência oblíqua e vegetal
armazenai no pecíolo sedento
palavras raras, essenciais
das que nem sempre trazem certezas,
mas sim aromas laterais
que de tal ânimo
nos refundem os sentidos
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário