29 de setembro de 2007

O odor da roseira



FOTO: Carlos Fernandes


Foi entre quatro paredes rústicas que primeiro viu a luz. O gemido da progenitora advertiu-o de imediato para a algidez do mundo. Logo, no seu primeiro choro, enunciou para o futuro o obstinado protesto dos insubmissos.
Ainda hoje a sua voz se ergue contra a friagem das más intenções (sabe que assim há-de ser até que o último suspiro lhe abandone o peito). Em memória desse tempo, basta o odor de uma roseira adoçando o ar.

É preciso mais
que o calor do sol nascente
afagando a pele:

- Quatro paredes de pedra
e o odor de uma roseira

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