FOTO: Carlos Fernandes
Tudo se altera, nessa hora mágica. Não apenas a luz, mas a
mais íntima substância das coisas. Esbate-se o mundo no alastrar das sombras.
Dissipa-se o contorno físico das partes, enquanto o todo ganha, por breves
instantes, um recorte inusitado. É a hora em que a matéria enjeita a sua própria
identidade. A hora em que o morcego abandona o covil e arroja o seu estridente
aviso: Resguardai-vos! Já o dia se esgueira pelo negro portal da noite.
Feneceu o dia -
A rua ficou deserta,
À luz do poente.
Resguardou-se a alegria
No aconchego da gente.
Um recorte inusitado. O dia se desenlaçando para o aconchego da noite que se avizinha com outro pássaro no ar. No limiar, um alumbre.
ResponderEliminarDeslumbrei-me.
Um grande abraço.