Ao rei trovador D. Dinis
Num ligeiro remoinho
o vento arrasta o pólen
das flores do verde pino.
E traz consigo a memória
do velho rei trovador:
- Ai flores do verde pino.
Quem suspira mansamente
pelos pinhais do litoral?
Será o vento ou o mar?
Ou serão ainda os ecos
duma cantiga de amigo?
- Ai flores do verde pino.
Perdida na bruma densa
do tempo sem remissão
soa a mágoa do poeta:
- Ainda ouvis minha voz?
Ainda vos lembrais de mim
ó flores do verde pino?
Mas só responde o murmúrio
do vento que arrasta o pólen
das flores do verde pino.
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