(Parafraseando o poema de José António Gonçalves
«Aves rumando a Norte»)
o desespero das asas
grita nas entranhas das aves,
no silêncio do vento
o horizonte cansado
risca mudos pontos cardeais
num ápice de luz
as nuvens impacientes, etéreas,
rumam às vezes, tropicais
ensopadas de céu
o sol recua, prisioneiro do hálito
de novas constelações,
sem olhar o sopro do suor
bátegas maduras
avançam no sacrifício do rosto,
desenham o voo da morte
as sombras do infinito
buscam mapas sem porta
nem consciência
são as aves da chuva,
atraídas pelo nada, sem voz,
sem comando, sem sul, sem norte
Carlos Alberto Silva
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