flutuam as palavras
como bolas de sabão
à volta da cabeça do poeta
após um momento de fulgor
rebenta uma
e outra se desfaz
e outra e outra
e logo uma dúzia delas
novas coloridas brilhantes
grandes e pequenas
surge pairando no ar
o poeta pega na rede
uma fina rede de caçar palavras
e vai no seu encalço
agarra uma aprisiona outra
liberta a primeira
junta uma segunda e logo outra
solta-as todas de novo
e de novo recomeça
depois de um tempo
nesta efémera colheita
o poeta pega nas palavras
que capturou
e põe-as a dormir
no seu bloco de notas
entre estas escolherá
as que vai usar nos seus poemas
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