Serão as asas que fazem os anjos? Serão as asas?
Sabemos que o ónus do corpo, mesmo disfarçado pela leveza da túnica, impede definitivamente o voo. Mas isso que importa, se a tarde é de festa e os rostos se iluminam de sorrisos?
Sim! De penas, de tule ou de cetim, são as asas que fazem os anjos. Porque, aos meninos, o que lhes falta em divindade, sobra-lhes em inocência.
ao colo da mãe -
o anjo da procissão
não pode voar
as asas que tem nas costas
são de tule e de cetim
Da tradição poética oriental recolhi as influências, necessariamente contaminadas pelo contexto cultural que me rodeia. E assim se desfia este «diário poético», feito com as miudezas do dia a dia. [Esta página é redigida em total desprezo pelo actual (des)acordo ortográfico]
29 de maio de 2005
24 de maio de 2005
15 de maio de 2005
11 de maio de 2005
bandeiras de fumo
Vistosa como um paroquiano endomingado, a chaminé domina o horizonte dos telhados. Erecta e vigilante, desafia as intempéries, entre a alvura da cal e a negrura da fuligem. Agita no ar suas bandeiras de fumo, ignorando o turbilhão do vento que logo as dispersa. Como se gritasse na sua teimosia: Ouviram? Aqui vive gente.
bandeiras de fumo
agitam-se num turbilhão
incensando os ares
sobre os telhados da aldeia
o grito das chaminés
bandeiras de fumo
agitam-se num turbilhão
incensando os ares
sobre os telhados da aldeia
o grito das chaminés
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