De artista ou de tirano, de criança ou de algoz, as mãos humanas são um prolongamento do próprio pensamento, uma marca da identidade individual. Para o bem e para o mal, o homem recria com as suas próprias mãos o mundo que o rodeia: com elas constrói casas e bombas, semeia trigo e escreve poemas. E quando já mais nada lhe resta, são as suas próprias mãos que ergue ao alto …em prece.
com as mãos te falo
pois está para lá das palavras
a fala das mãos
na escrita muda do gesto
o silêncio ganha voz
Da tradição poética oriental recolhi as influências, necessariamente contaminadas pelo contexto cultural que me rodeia. E assim se desfia este «diário poético», feito com as miudezas do dia a dia. [Esta página é redigida em total desprezo pelo actual (des)acordo ortográfico]
20 de fevereiro de 2005
10 de fevereiro de 2005
espera por mim Corto Maltese
deixa-me beber
do elixir da eterna juventude
e tornar-me como tu
num andarilho sem idade
quero ir contigo
para as ilhas da fantasia e da aventura
a bordo de um velho veleiro
pirata ou talvez não
deixa-me levar só
o saxofone de Garbarek
e a cítara de Shankar
para encher de melancolia
as noites quentes dos mares do sul
quero entregar o corpo cansado
nos braços de uma mestiça sorridente
de olhos de amêndoa
e admirar o súbito poente
do sol meridional
espera por mim Corto Maltese
espera por mim
espera
deixa-me beber
do elixir da eterna juventude
e tornar-me como tu
num andarilho sem idade
quero ir contigo
para as ilhas da fantasia e da aventura
a bordo de um velho veleiro
pirata ou talvez não
deixa-me levar só
o saxofone de Garbarek
e a cítara de Shankar
para encher de melancolia
as noites quentes dos mares do sul
quero entregar o corpo cansado
nos braços de uma mestiça sorridente
de olhos de amêndoa
e admirar o súbito poente
do sol meridional
espera por mim Corto Maltese
espera por mim
espera
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