11 de novembro de 2003

Canto ao vinho novo

Canto o vinho novo
Gorgolejando das pipas
Ofegante na trasfega

Canto o suor da labuta
Misturado na dorna
Ao sangue das uvas tintas

Canto o odor da adega
Plena de ventres bojudos
De venerável madeira

Canto a memória dos cestos
Encostados à parede
Fantasiando a vindima

Canto o travo da terra
E o brilho vermelho do sol
Nos jarros de barro liso

Canto a dança dos copos
Tinindo saudações
Aos frutos da novel colheita

Canto e bebo um trago
Olhando a nudez da vinha
Aspirando o ar da tarde

Sem comentários:

Enviar um comentário