3 de janeiro de 2009

Murmúr(i)os


De pedra, cimento armado, arame farpado ou rede electrificada, ergue-os a infâmia de quem mais pode, impedindo a passagem a quem mais precisa, contra o Direito e a Humanidade. Muros. Murros no estômago dos desventurados, a quem apenas se ouvem débeis murmúrios.
O de Berlim caiu enfim. Outros se vão, a pouco e pouco, desmoronando. Mas, todos os dias, outros se vão edificando. Na Cisjordânia, no Sahara ocidental, na fronteira sul norte-americana ou nas profundezas de todo o homem que queira vedar o passo a outro homem. Muros, murros, murmúrios…

Passa o vento leste
P’la cidade amuralhada
E não quer entrar

É na planície sem muros
Que mais gosta de dançar

2 comentários:

  1. Feliz 2009! Seu sítio continua a representação da poesia .
    um abraço, Marba

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  2. Vim aqui ter pela mão do grupo google da RBE. Gostei, fiquei, deliciei-me. Actualidade, fotografia e poesia. Fica a curiosidade de ler o livro... Parabéns e Felicidades!

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