3 de dezembro de 2003

Duplo arco-íris

Dedicado à minha cara colega e amiga Maria Adelaide Pinho.

No céu sombrio da meia tarde, numa pausa da chuva, uma nesga de sol ilumina as nuvens baixas, fazendo eclodir o arco-íris: um arco celeste fortemente colorido, surgindo de uma massa de telhados e perdendo-se, no outro extremo, num renque de árvores.
Quase de seguida, um outro arco-íris se forma, paralelo ao primeiro, sombra aguarelada das sete cores do espectro luminoso.
Durante um breve instante, ambos disputam o protagonismo dos céus, perante o olhar maravilhado de um grupo de passantes, que parou a olhar. Depois, progressiva mas inexoravelmente, um e outro começam a atenuar-se, a desfazer-se, até desaparecer, deixando o cinzento das nuvens chuvosas oprimindo o horizonte.

Duplo arco-íris -
Todas as cores do mundo
Nas gotas da chuva.

As nuvens rendem-se à luz
Iluminando os telhados.

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