10 de abril de 2005

creio na arte da caminhada

no poder das pernas e dos pés
que se recusam a parar

sulcando a erva densa da savana
enfrentando a aridez silenciosa do deserto
trilhando os carreiros pedregosos da montanha
riscando a superfície gelada dos glaciares
deixando marcas ténues mas indeléveis
na poeira dos caminhos

creio no mistério da caminhada
onde finalmente se desvenda a origem da fala

creio na urgência da viagem
pelo ignoto mundo das palavras

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