11 de março de 2004

o vento arrasta o pólen

Ao rei trovador D. Dinis

Num ligeiro remoinho
o vento arrasta o pólen
das flores do verde pino.

E traz consigo a memória
do velho rei trovador:
- Ai flores do verde pino.

Quem suspira mansamente
pelos pinhais do litoral?
Será o vento ou o mar?

Ou serão ainda os ecos
duma cantiga de amigo?
- Ai flores do verde pino.

Perdida na bruma densa
do tempo sem remissão
soa a mágoa do poeta:

- Ainda ouvis minha voz?
Ainda vos lembrais de mim
ó flores do verde pino?

Mas só responde o murmúrio
do vento que arrasta o pólen
das flores do verde pino.

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