2 de agosto de 2004

flutuam as palavras
como bolas de sabão
à volta da cabeça do poeta

após um momento de fulgor
rebenta uma
e outra se desfaz
e outra e outra

e logo uma dúzia delas
novas coloridas brilhantes
grandes e pequenas
surge pairando no ar

o poeta pega na rede
uma fina rede de caçar palavras
e vai no seu encalço

agarra uma aprisiona outra
liberta a primeira
junta uma segunda e logo outra
solta-as todas de novo
e de novo recomeça

depois de um tempo
nesta efémera colheita
o poeta pega nas palavras
que capturou
e põe-as a dormir
no seu bloco de notas

entre estas escolherá
as que vai usar nos seus poemas

Sem comentários:

Enviar um comentário