5 de agosto de 2004

o poeta perguntou ao grilo
onde arranjava ele
tanta energia
tanta inspiração

e o grilo pediu-lhe
que olhasse em volta

e visse

sob o oiro do sol
a amena curva dos montes
e o alegre saltitar dos rios
e riachos

sobre o rumor das árvores
o voo travesso dos pássaros
e o suave deslizar
das nuvens

entre as flores dos prados
a azáfama das abelhas
e a indecisa dança
das borboletas

e disse

- agora repara
como é tudo tão belo
tão precioso

e eu só tenho
para os cantar
o tempo de um Verão

Sem comentários:

Enviar um comentário