30 de julho de 2004

frágil é a mortalha
em que se oculta o silêncio

e uma trupe sussurrante
dilacera
o negro útero da noite -

o frémito das plantas
nos dedos da brisa

a febre ruminante
dos insectos

todos os inquietos rumores
da madeira e da pedra

- alheios à ternura
abandonam-se os corpos
ao estertor dos sonhos

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