17 de julho de 2004

na candura obstinada do teu corpo surreal:
o delírio das horas 
 
no sorriso das estátuas rasgado a cinzel:
a pele coriácea das horas 
 
na urze benzida pelo orvalho de Abril:
o pingar das horas
 
na insónia da ave à espera do sol:
a interrogação das horas
 
na voz amotinada rasgando o azul:
o anseio das horas

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